Quando decidi conhecer o Algarve pela primeira vez, a forma que encontrei para lá chegar foi percorrendo a maior estrada portuguesa, com 739 km. Esta é a rota da Estrada Nacional 2 (EN2), que atravessa Portugal de norte a sul, pelo meio do país, dividindo-o ao meio: são 35 os municípios que a Estrada Nacional 2 atravessa!
Como queria aproveitar o Algarve, fiz a estrada em 5 dias e confesso que soube a pouco. Tive de planear bem para ver os principais pontos turísticos todos, elaborar detalhadamente um guia e roteiro da Estrada Nacional 2, e claro que o facto de já conhecer grande parte das paragens no norte do país ajudou a conseguir fazê-lo em tão pouco tempo.
Fiz a viagem durante dois fins de semana. No primeiro fim de semana, fiz o percurso da Estrada Nacional 2 de Chaves a Góis (dois dias). No fim de semana seguinte, comecei por Góis e fui até Faro (três dias).
A Estrada Nacional 2 não atravessa a sede de município de todos os concelhos, e por vezes nem tens muitos pontos turísticos desses municípios para visitar junto a ela. São Pedro do Sul, por exemplo, foi um dos concelhos em que passei mas não parei, porque os principais destaques ficavam a quase 20 km de distância da estrada propriamente dita.
O que eu recomendo é que não tentes fazer tudo e ir a todo o lado: a não ser que tenhas de três semanas a um mês de viagem pela frente, que sinceramente é o ideal para aproveitar bem a estrada. Se, como a maioria das pessoas, tiveres apenas uma ou duas semanas, terás de ser seletiv@. É nisso que quero ajudar: a escolher as melhores e obrigatórias paragens, através do meu próprio guia e roteiro para a Estrada Nacional 2.
Vais adorar as mudanças na paisagem da Estrada Nacional 2 ao longo do território português: o Douro vinhateiro e mais montanhoso a norte, as aldeias de xisto no centro, as retas e o calor do Alentejo (se fizeres a estrada no verão, tal como eu), e depois a costa algarvia. Embora a costa já não faça parte deste roteiro na Estrada Nacional 2, pode ser considerada uma recompensa ao chegares a Faro. Podes fazer o percurso no sentido inverso, se quiseres.
Roteiro Estrada Nacional 2 – Dicas úteis
Ficam aqui aquelas que considero serem as dicas fundamentais para a preparação da tua viagem de carro, a pé, de bicicleta, de autocaravana, ou de moto pela Estrada Nacional 2. Quando fiz a estrada, passei por todo o tipo de viajantes, portanto é um percurso que se adapta a ti e à forma como gostas de viajar.
1. Alugar Carro para fazer um Roteiro pela Estrada Nacional 2
Se precisas de alugar carro para fazer este roteiro na Estrada Nacional 2, segue o link da Discover Cars, e aluga o teu carro preferido, o mais barato possível, para te acompanhar ao longo dos 739km.
2. Download deste Roteiro na EN2 em PDF
Após muitos pedidos decidi colocar à venda, por uma quantia simbólica, o meu próprio guia da Estrada Nacional 2, que consiste exatamente neste artigo que estás a ler, nem mais nem menos, num ficheiro pdf. Este pdf foi-me solicitado tantas vezes que decidi que o tinha de criar de uma vez por todas! Espero que te seja útil em viagem. São 42 páginas no total.
3. O passaporte da Estrada Nacional 2
Se és old school, assim como eu, vais querer o passaporte oficial da Estrada Nacional 2 em formato papel. O passaporte é muito simples, com uma página inicial onde podes colocar o nome, morada e email, e depois uma página por cada concelho, onde vais carimbar, e onde tens informação sobre os locais que carimbam ao longo da estrada. A meio tens uma página com um mapa da Estrada Nacional 2 e o nome das cidades, vilas, linhas de comboio, rios, e serras por onde vais passar.
O que descobri é que há muito mais locais a carimbar do que aqueles que encontras no passaporte: basta interagires com as pessoas dos cafés, e dos lugares onde fores passando. A maioria sabe e conhece o passaporte, pois a rota da Estrada Nacional 2 é importante para o turismo nestes concelhos.
Tem atenção: se queres os carimbos oficiais, estarás mais limitad@. Convém questionares qual é o carimbo que vão usar, se isso for importante para ti. Algo que aprendi ao longo da viagem é que um sítio que sempre carimba o passaporte da Estrada Nacional 2 são os bombeiros voluntários. Todos os municípios têm, mas o carimbo é na maioria das vezes, não oficial. Há ainda lugares que não colocam carimbo, mas sim autocolante.
Outra sugestão que te dou, é que testes SEMPRE o carimbo antes de usar no teu passaporte da Estrada Nacional 2. Isto porque se estiver seco, não vai ficar bonito. Podes levar dois passaportes, e usar o primeiro como teste. Ou podes pedir a quem te receber, para o testar numa folha de papel.
Cada passaporte custa 1,5€, mas na altura em que fiz o percurso, a câmara municipal de Chaves oferecia o passaporte, pelo que não paguei nada por ele.
4. Roteiro Estrada Nacional 2 – Quando Fazer?
Eu fiz em pleno verão, e não recomendo que faças igual. O calor no Alentejo era imenso, e dificultou muito o “partir à descoberta”, e a necessidade de caminhar para explorar cada recanto dos concelhos da Estrada Nacional 2. O verão poderá ser uma possibilidade, se quiseres praia quando chegares ao Algarve.
Eu considero que a melhor altura para fazer um roteiro na Estrada Nacional 2 é na primavera, até porque verás um Alentejo diferente, verde e florido, e estará um tempo mais ameno para efetuar caminhadas e andar a conhecer cada sede de município.
5. Roteiro Estrada Nacional 2 – Gastronomia
Um Roteiro pela Estrada Nacional 2 atravessa Portugal de Norte a Sul, pelo que naturalmente terás uma gastronomia muito variada à tua espera.
- Até ao Douro terás a cozinha transmontana com a tradicional feijoada, o cabrito ou o bacalhau. Não deixes de provar o Pastel de Chaves e as Cristas de Galo de Vila Real, principalmente a segunda que é uma das 7 Maravilhas da doçaria portuguesa. Tudo acompanhado por um bom vinho do Porto.
- No centro destaco a Chanfana, o Bucho e o Maranho, acompanhados por bons vinhos do Dão.
- No Alentejo tens a fabulosa açorda, os produtos da caça como é o caso do porco preto, o Gaspacho ou o Ensopado de Borrego. Não deixes de provar as fabulosas migas e de acompanhar as tuas refeições com bons vinhos alentejanos.
- No Algarve vem o marisco da nossa costa, e bom peixe no geral. Vai até Olhão provar o famoso folar que também é maravilha da doçaria portuguesa.
O que indiquei em cima não passam de exemplos, só para teres uma noção de que tens mesmo muitas opções de escolha ao longo deste roteiro pela Estrada Nacional 2.
6. Roteiro Estrada Nacional 2 – Restaurantes
No que diz respeito a bons restaurantes para comer ao longo do percurso, deixo-te todas as dicas quando falar de cada um dos municípios. 😉 São, também, apenas sugestões!
7. Roteiro Estrada Nacional 2 – Onde dormir?
Existem inúmeras possibilidades de alojamento ao longo do percurso da Estrada Nacional 2. Deixar-te-ei essas dicas ao longo do texto e de cada um dos municípios da estrada. 🙂 Aqui ficam, para já, os alojamentos sugeridos para Chaves, onde normalmente se começa a aventura.
Alojamento | Pontuação | Município |
---|---|---|
Albergaria Borges | 9.0 | Chaves |
Forte de São Francisco | 8.8 | Chaves |
Castelo Hotel | 9.1 | Chaves |
Palácio Vidago | 9.4 | Chaves |
Roteiro Estrada Nacional 2 – O que visitar?
Vou agora falar-te um pouco, resumidamente, sobre os locais de passagem na rota da Estrada Nacional 2, e sobre o que podes visitar em roteiro. Falo dos 35 municípios, e mencionarei diversas serras, rios, linhas de comboio, albufeiras e barragens, aldeias históricas e de xisto, trilhos, etc. No fim, apresentar-te-ei em mais detalhe os meus lugares favoritos do percurso: opinião pessoal.
Dos 35 municípios, apenas 11 são cidades. Vou começar com Chaves, o ponto de partida da Estrada Nacional 2, e seguir sempre em direção a sul. Ao longo do texto vou indicando e deixando a negrito todos os principais pontos turísticos que julgo que não podes perder. Encontrarás um mapa mais à frente neste artigo com os principais pontos que vou mencionar ao longo do texto.
Chaves (Km 0 EN2)
O km zero da Estrada Nacional 2 fica em Chaves, e claro, a cidade tinha de fazer jus ao título de cidade onde começa a mítica estrada. Chaves é uma cidade antiga, e a ponte romana do Trajano é uma prova disso. As termas romanas Aquae Flaviae são também das principais atrações, sendo este nome (Aquae Flaviae) a antiga designação de Chaves.
Nessa época, o centro da cidade, com os monumentos e pontos principais, seria junto ao lugar onde se encontra hoje a Igreja Matriz de Santa Maria Maior, a praça de Camões, a igreja da Misericórdia, e claro, a Rua Direita. Foram encontrados nesta zona diversos vestígios de um acampamento romano.
A cidade foi ocupada pelos mouros até que foi conquistada pelo reino de Leão. Mais tarde passou a ser posse de Portugal, e o Castelo de Chaves foi mandado reconstruir por D. Afonso III ou D. Dinis: a torre de menagem data dessa época e tem 28 metros de altura. A cidade foi um dos palcos da guerra da independência, tendo sido cercada durante meses.
Chaves é cidade desde 1929, e não podes deixar de visitar para além dos locais indicados atrás, o Forte de São Francisco, transformado em hotel. Podes ainda visitar os museus da cidade. Antes de a abandonares, vai provar os pastéis de chaves, e há quem diga que os da pastelaria Maria são os melhores!
- Nos arredores: visitar aquela que foi a estância termal mais importante do pais: Vidago. Destaque para o Palácio de Vidago, que é hotel, e para o Santuário do Alto do Côto.
- Um dos rios inseridos na rota da Estrada Nacional 2 é o rio Tâmega. Esse rio passa por Chaves, e na Zona Ribeirinha, não deixes de o atravessar pelo caminho fluvial, pedra por pedra. Vais adorar de certeza!
- A Serra do Brunheiro fica aqui na região, e um dos lugares que podes visitar lá, mas um pouco distante da Estrada Nacional 2, é o Castelo de Monforte de Rio Livre ou a Pedra Bolideira.
- Onde comer? Pensão Flávia, Restaurante Carvalho, Taberna Benito.
- Onde dormir? Albergaria Borges ou Castelo Hotel
Vila Pouca de Aguiar (Km 35 EN2)
O nome “aguiar” vem provavelmente das águias que povoam a região. Já conhecia Chaves de viagens anteriores pelo norte do país, pelo que revisitei o lugar em cerca de 2 horas. Vila Pouca de Aguiar foi uma novidade!
O que visitar em Vila Pouca de Aguiar? Eu recomendo claramente o bonito parque termal de Pedras Salgadas, sobre o qual tens o link para saber mais, e que teve origem na segunda metade do século XIX. Tem cerca de 20 hectares, e um antigo casino. É daqui que provém a famosa água das pedras.
Um dos locais que me surpreendeu mais neste município foram as ruínas do Castelo Roqueiro de Pena de Aguiar, que remontam ao século 9 ou 10. Incluí-o no meu roteiro pela Estrada Nacional 2, e o que destaco dele não são as ruínas, mas a envolvente e o excelente miradouro para a região. Vale a pena passear pelas ruelas da aldeia junto ao castelo e apreciar os gigantes penedos graníticos que marcam a paisagem.
- Um dos rios próximos da Estrada Nacional 2 é o Rio Torno. Nele podes visitar a barragem da Falperra (lagoa do Alvão).
- Se visitares na altura da castanha, a Serra da Padrela é famosa por elas.
- Onde comer? Restaurante Costa do Sol e Refúgio (este último, de Pedras Salgadas)
- Onde dormir? Não recomendo dormir em Vila Pouca de Aguiar. Eu prefiro Pedras Salgadas para isso. Podes fazê-lo na estância termal (mais caro) ou na Casa Fontes (mais em conta).
Vila Real (Km 64 EN2)
Vila Real é a capital de distrito onde ficam Chaves, Vila Pouca de Aguiar, e ainda os dois próximos concelhos neste roteiro na Estrada Nacional 2.
Próxima de Vila Real, fica a serra do Marão e o Parque Natural da Serra do Alvão, com o fabuloso Trilho da Cascata das Fisgas do Ermelo. Claro que eu não fiz o trilho durante o meu roteiro na Estrada Nacional 2, mas sim numa outra oportunidade, e é óbvio que vale muito a pena fazê-lo: necessitas de um dia inteiro por lá, ou mais, se quiseres visitar outros destaques do parque.
Nas proximidades de Vila Real, é ainda obrigatório parar na Fundação do Palácio de Mateus, famoso pelo vinho rosé. Na cidade propriamente dita, visitar a Sé de Vila Real na avenida principal, e a igreja de São Pedro. Obrigatório caminhar pelas ruas do Centro Histórico e ir até ao miradouro da Vila Velha, parando opcionalmente nos museus.
- Diz-se que Vila Real é a princesa do Rio Corgo (afluente do Douro).
- Onde comer? Casa de Pasto Chaxoila, Paulo, O Mateus
- Onde dormir? Casa Agrícola da Levada ou Douro Village
Santa Marta de Penaguião (Km 81 EN2)
As paisagens do Alto Douro Vinhateiro começam a tornar-se evidentes e a aparecer-nos no percurso no concelho de Santa Marta de Penaguião: qualquer roteiro na Estrada Nacional 2 vai dar inevitavelmente com elas. Também não conhecia Santa Marta, e apaixonei-me pelas paisagens junto à Cumeeira, e depois por todas até ao Peso da Régua. De Santa Marta foram essas imagens que mais me ficaram na memória, as vinhas, pois pelo centro não fiquei muito tempo.
Em Santa Marta de Penaguião, que tal ir comer ao Restaurante São Gabriel?
Peso da Régua (Km 88 EN2)
Já conhecia também Peso da Régua, pelo que a minha visita foi rápida. Nas proximidades tens um dos mais apreciados miradouros do rio Douro, o miradouro de São Leonardo de Galafura, que vale pena o desvio ao roteiro oficial na Estrada Nacional 2. Outro miradouro que deves procurar é o miradouro de Santo António. Na cidade dou destaque à ponte velha da Régua, e claro, ao rio Douro, sobre as margens do qual se ergue ela. Que tal ficares mais tempo e fazeres um passeio no rio, de barco?
Nesta cidade da Estrada Nacional 2, capital da região do Douro, não podes deixar ainda de visitar o museu do Douro, e de caminhar pelo passeio ribeirinho, passando pelo Cais da Régua.
Na estação de caminho de ferro podes em certas alturas do ano apanhar boleia do comboio histórico do Douro que liga a Régua ao Vale do Tua, passando por Pinhão. Este é um passeio que ainda não fiz, mas que quero muito fazer num futuro próximo. Se tiveres tempo, o Peso da Régua é uma boa pausa de 1 ou 2 dias ao longo deste roteiro na Estrada Nacional 2.
- Onde comer? Tasca da Quinta, Restaurante Tio Manel, The River Restaurante, Restaurante São Leonardo.
- Onde dormir? Casa do Salgueiral ou Casa de São Domingos
- Nota: Junto de Peso da Régua, a Estrada Nacional 2 cruza a Estrada Nacional 222, um excelente roteiro a fazer no Douro. 😉
Lamego (Km 104 EN2)
Lamego é das minhas cidades favoritas neste roteiro, e por isso estará nos principais pontos turísticos que mencionarei mais à frente, em conjunto com as anteriores paisagens do Douro Vinhateiro.
Em Lamego (que é a única diocese portuguesa que não é capital de distrito), não há dúvida que o que salta à vista e merece uma visita mais cuidada é o fabuloso Santuário de Nossa Senhora dos Remédios, no topo do Monte de Santo Estevão. Para além do Santuário, que me faz lembrar o Santuário do Bom Jesus de Braga, é obrigatório conhecer o castelo e a Sé Catedral de Lamego.
A avenida Doutor Alfredo Sousa, que se estende aos pés da escadaria do Santuário é brutal, e se tiveres coragem e vontade, um passeio escada acima até ao Santuário é muito recomendado. Das duas uma, ou o fazes a pé, ou fazes de carro, não há nem elevador nem funicular.
- A Estrada Nacional 2 passa mesmo junto à base da escadaria do santuário.
- O Rio Varosa passa aqui por Lamego, e tem uma barragem impressionante: Barragem do Varosa. É um pequeno desvio em roteiro pela Estrada Nacional 2.
- Um ponto que aparecia mencionado no guia de bolso da Estrada Nacional 2, era o Centro Interpretativo da Máscara Ibérica em Lazarim, onde se diz celebrar um dos carnavais mais genuínos de Portugal. Eu visitei este sitio mais tarde, numa outra viagem, mas fica aqui a dica, principalmente se estiveres a fazer este roteiro na Estrada Nacional 2 pela altura do carnaval.
- Em Bigorne, também concelho de Lamego, fica o ponto mais alto desta roadtrip, a 987 metros.
- Onde comer? Casa Filipe ou Casa da Rua. Mais caro, mas de grande qualidade é o Douro Excellence.
- Onde dormir? Delfim Douro Hotel, Cantinho do Colégio, ou o Six Senses, este último para carteiras bem mais recheadas.
Castro Daire (Km 136 EN2)
A caminho de Castro Daire, que não é cidade, passa-se pela Ermida de Nossa Senhora da Ouvida. É junto à estrada, pelo que não há razão para não parar.
Em Castro Daire tens o Centro de Interpretação e Informação de Montemuro, já que a serra fica nas proximidades. Se tiveres tempo, podes fazer um passeio pela serra.
Para além do centro, não esquecer visita ao Jardim da Vila e à Igreja Matriz. Se aprecias museus, tens aqui o museu municipal. Há que comprar e provar o bolo podre, típico de Castro Daire, e que de podre não tem nada! Eu confesso que não fiquei fã, mas gostos não se discutem…
Antes de chegar a Viseu, há que parar na Praia Fluvial da Folgosa que fica no rio Paiva, e nas Termas do Carvalhal.
- Onde comer: Rocha, Celso e Fim de Século
- Onde dormir: Quinta da Rabaçosa
Viseu (Km 172 EN2)
Viseu é cidade capital de distrito, e a rota da Estrada Nacional 2 passa-lhe bem ao centro. Já conhecia também, pelo que em menos de 2 horas estava já de partida para o próximo destino. Mas considero que tens aqui o que ver para um dia inteiro! Viseu é uma cidade histórica, importante em guerras do passado, e ocupada por diversos povos antes dos próprios muçulmanos. Diz-se que esta é a terra do Viriato, e tal está bastante explícito na sua estátua e Cava do Viriato.
Claro que é no centro de Viseu que vais perder mais tempo: no largo da sé, com a igreja da Misericórdia de um lado, e a Sé Catedral de Viseu do outro. Os principais museus também se encontram ali: museu Grão Vasco e Museu da Arte Sacra.
Ao lado do Largo da Sé tens outra praça imponente, a praça de Dom Duarte, com a sua estátua, e muito perto, a porta do Soar. Eu aconselho que desças dali até à praça da República ou Rossio, com a igreja dos Terceiros de São Francisco numa das extremidades. O parque Aquilino Ribeiro fica por trás dela.
De novo até ao centro da cidade, recomendo percorreres a Rua Formosa (atravessando a praça 2 de Maio), a Rua Direita, e outras ruas mais antigas, indo eventualmente desembocar na Porta dos Cavaleiros.
- Viseu tem funicular.
- O Viriato é o doce típico de Viseu, e o Rancho à moda de Viseu é o prato que deves provar sem falta, acompanhado por vinho do Dão.
- Onde comer? O Cortiço, Restaurante Santa Luzia, Casa Arouquesa, Muralha da Sé.
- Onde dormir? Pousada de Viseu ou Charme e Alegria.
Tondela (Km 200 EN2)
Tondela também é cidade. Destaco nela a Fonte da Sereia e a Igreja paroquial de Tondela. Se caminhares um pouco pela cidade vais descobrir o Largo da República onde fica o pelourinho e câmara municipal. Se aprecias trabalhos em barro, porque não adicionar ao roteiro na Estrada Nacional 2 uma visita a Molelos e à Olaria de Barro Negro?
Em Tondela, comer nos Três Pipos.
Santa Comba Dão (Km 213 EN2)
Não conhecia Santa Comba Dão, e gostei muito da cidade. A maior surpresa foi a Albufeira e Barragem da Aguieira, um dos principais destaques desta rota pela Estrada Nacional 2, onde o rio Dão se une ao Mondego enquanto afluente.
Na cidade tens para visitar o Largo do Município, o Largo Doutor Alves Mateus, a Igreja Matriz, e o miradouro do Outeirinho, cheio de azulejos.
Na Albufeira da Barragem da Aguieira, para além da barragem propriamente dita, tens de parar obrigatoriamente na praia fluvial da Senhora da Ribeira (pequeno desvio), e explorar os miradouros para a albufeira: na estação de serviço da Cepsa onde a Nacional 2 se funde com o IP3 tens um bom miradouro, e o Miradouro da Pedra da Sé (também distante) vale igualmente muito a pena.
Se tiveres drone, como eu, vais deliciar-te em explorar a albufeira pelo ar.
- Onde comer? Cova Funda e Casa Tomaz
- Onde dormir? A Casa Branca ou Quinta da Conchada ou Casas com Estória.
Penacova (Km 238 EN2)
Visitei Penacova uns meses antes de fazer o meu roteiro na Estrada Nacional 2. Foi um fim de semana cheio de actividades, e despertou-me o interesse de um dia fazer o percurso do Mondego na totalidade, desde a serra da Estrela.
Se não tiveres muito tempo em Penacova, eu recomendo que te fiques por um mergulho na Praia Fluvial do Reconquinho, pelas formações rochosas apelidadas de “Livraria do Mondego“, e pelos miradouros para o rio: o miradouro do Penedo do Castro e o miradouro de Penacova (Emydgio da Silva), no centro.
Claro que se tiveres tempo, tens ainda para visitar o Mosteiro de Lorvão com os seus incríveis doces conventuais, os moinhos de Gavinhos, os moinhos da Serra da Atalhada, e a praia fluvial do Vimieiro (que preferi em comparação à praia fluvial do Reconquinho).
- Onde comer? Restaurante Côta
- Onde dormir? Charrua do Mondego
Vila Nova de Poiares (Km 248 EN2)
Em Vila Nova de Poiares, há que comer a deliciosa Chanfana. Podes e deves programar aqui uma paragem para almoço ou jantar. Fora isso, não há muito para visitar tirando a igreja e o Largo da República.
Com a Lousã e Góis pela frente, este pode ser um excelente local de paragem ao fim do dia. Onde dormir? Recomendo o alojamento Dom Dinis.
Lousã e Góis (Km 271 EN2)
Impossível falar da Lousã, e não falar de Góis, ou falar de Góis e não falar da Lousã. Durante o meu percurso pela rota da Estrada Nacional 2 basicamente só passei pela Praia Fluvial das Canaveias, pela Praia Fluvial da Peneda e pelo bonito centro de Góis: eram os sítios que não conhecia nas proximidades da Lousã.
De facto, alguns fins de semana antes tinha estado pela Lousã em passeio, e visitei as diversas aldeias de xisto, miradouros e mais praias fluviais da região. Para conhecer bem toda a serra e as Montanhas de Amor, um fim de semana prolongado de 3 ou 4 dias é o ideal!
Já lancei no meu blog um artigo detalhado com Roteiro na Serra da Lousã. Neste artigo sobre a Estrada Nacional 2 deixo-te uma lista resumida dos locais que podes visitar:
- Praias Fluviais: Fragas de São Simão, Senhora da Graça, Cabril do Ceira, Bogueira, Nossa Senhora da Piedade.
- Aldeias de xisto: Casal de São Simão, Ferraria de São João, Comareira, Gondramaz, Aigra Nova, Aigra Velha, Pena, Casal Novo, Talasnal, Chiqueiro, Catarredor, Candal, Cerdeira.
- Miradouros: Moldura Isto é Lousã, Banco Convida Naturalmente, Miradouro do Talasnal, Letras Isto é Lousã, Baloiço do Trevim.
- Castelo da Lousã
Casal de São Simão, as fragas e a Ferraria de São João ficam mais afastadas da Nacional 2: são um desvio significativo! O que não visitei ainda e quero muito visitar em breve são os Passadiços de Ribeira de Quelhas. Fiz todo o circuito por estes lugares de carro, pelo que falta ainda também fazer alguns trilhos, por exemplo, pelas cascatas: existem algumas.
- Onde comer? Villa Lausana, O Burgo.
- Onde dormir na Lousã? Octant Lousã, Magnolias Cottage, Casa Princesa Peralta, Casa da Carvalha
- Onde dormir em Góis? Casa da Comareira ou Sotam Country House
Pedrogão Grande (Km 324 EN2)
Pedrogão Grande é outra paixão minha na rota da Estrada Nacional 2: são tantas! O Rio Zêzere, afluente do Tejo, é para mim dos rios mais bonitos e extraordinários de Portugal. Já fiz a Grande Rota do Zêzere de carro, descendo-o pelo seu curso, desde a Serra da Estrela até Constância, e escrevi sobre essa aventura de vários fins de semana aqui no meu blog.
Pedrogão Grande tem no seu seio a Barragem do Cabril, o ponto turístico de maior interesse na região, acompanhado pela praia fluvial (plataformas flutuantes). A vista do miradouro do alto do Monte de Nossa Senhora da Confiança para a barragem e albufeira é deslumbrante.
O que também não podes deixar de visitar é a aldeia de xisto de Pedrogão Pequeno, e de fazer o trilho até à Ponte Filipina situada estrategicamente num dos muitos vales do Zêzere. Volto a repetir: trilho! Eu arrisquei ir de carro estrada abaixo, e arrependi-me, pois a estrada está num estado tão lastimável que foi uma sorte ter conseguido subir tudo de novo pelo outro lado.
- Onde comer? Taberna do Ferrador.
- Onde dormir? Hotel da Montanha no alto do Monte de Nossa Senhora da Confiança.
Sertã (Km 345 EN2)
Na Sertã comi pela primeira vez bucho e maranho, dois pratos típicos da região, que também encontras pela serra da Lousã ou Pedrogão Grande.
Num concelho vizinho da Sertã (Ferreira de Zêzere) tens um dos locais de destaque do Rio Zêzere: a aldeia dos templários, Dornes. Pode ser um bom desvio, e pelo caminho podes parar em Cernache de Bonjardim.
Tentei visitar a praia fluvial do Bostelim, que acabei por continuar a não conhecer, já que estava interdita ao público, ainda por causa dos incêndios da região, há alguns anos. Também não conhecia o centro da Sertã, com a praia fluvial da Ribeira Grande, o pequeno castelo da Sertã, e a Ponte Filipina.
- Onde comer? Restaurante Ponte Romana, Sabores do Pinhal e Ponte Velha.
- Onde dormir? Convento da Sertã, Hostel Square e Vila Maior
Vila de Rei (Km 366 EN2)
Em Vila de Rei fica o Centro Geodésico de Portugal e o ponto central da Estrada Nacional 2, junto à serra da Melriça. Quando visitei o Zêzere, também dediquei algum tempo a Vila de Rei, e irei lançar em breve um artigo sobre esta vila, bem no centro de Portugal, e com um trilho fabuloso que adorei fazer: o trilho das cascatas.
A uma curta distância fica ainda a aldeia de xisto de Água Formosa, e a linda praia fluvial do Penedo Furado com passadiços e cascata próximos. Perto tens mais miradouros fabulosos para o Zêzere: Miradouro das Fragas de Rabadão e o Miradouro de Cristo Rei. O miradouro e a praia fluvial de Fernandaires são dois locais que deves visitar sem falta!
Para conhecer bem, 2 dias não será muito! Atenção para o trilho das cascatas: sei que durante o verão as cascatas secam, pelo que não vale a pena fazer nessa altura. Na primavera a água vai ser abundante e até vão existir piscinas para se tomar banho.
- Onde comer? Tasquinha da Vila
- Onde dormir? Villa Boutique
Sardoal (Km 384 EN2)
O que dizer do Sardoal? Intitula-se de “terra pura”, e é uma vila pacata, tranquila, onde o amarelo reina nos contornos das casas, muito como em outras regiões do país, como é o caso do Alentejo. No Sardoal destaco a igreja paroquial, a central praça da República, a Igreja de Santa Maria da Caridade a uma curta distância a pé pela avenida Luís de Camões e Rua 5 de Outubro, e as floridas ruas do centro histórico, onde se situa também a Igreja de Misericórdia.
O Sardoal é um excelente e rápido ponto de paragem a caminho de Abrantes, e do rio Tejo, neste roteiro pela Estrada Nacional 2.
- Onde comer? Restaurante Dom Vinho.
Abrantes (Km 402 EN2)
Em Abrantes chegamos ao Rio Tejo, após o qual entramos no Alentejo. Mas antes de o atravessar, há muito para visitar aqui: começo pelo castelo e fortaleza de Abrantes, com a Igreja de Santa Maria do Castelo no interior e uma vista fabulosa para o rio. O Outeiro de São Pedro não nada fica atrás.
A Igreja de São Vicente fica perto do castelo, e depois é descer para o centro histórico: não esquecer a praça Raimundo José Soares Mendes, frente à câmara municipal, e os vários largos a sul dela em sequência, até ao jardim da República: por exemplo, a praça Barão da Batalha. Abrantes está cheio de espaços pedonais!
Fazer o passeio pedonal ribeirinho junto à ponte sobre o rio Tejo, no parque Aquapolis é absolutamente obrigatório!
- Onde comer? Restaurante Santa Isabel, Casa Chefe Victor Felisberto.
- Onde dormir? Casa do Centro ou Luna Hotel Turismo.
Ponte de Sor (Km 435 EN2)
Ponte de Sor sempre ficou na minha memória por causa do festival internacional de balões de ar quente, que ocorre nesta região todos os anos, normalmente em Novembro. Foi num desses festivais que visitei Ponte de Sor pela primeira vez. São vários dias, várias localizações: uma delas é esta cidade, no imenso jardim do Campo da Restauração, frente à Câmara Municipal.
Esta cidade alentejana é cheia de locais agradáveis ao ar livre. A Ribeira de Sor passa junto à cidade, e a zona ribeirinha acompanha-a cheia de espaços verdes. Adorei caminhar à beira rio, e de ir até à curiosa e contemporânea ponte pedonal ao fundo.
Ponte de Sor é ainda uma cidade cheia de arte urbana, disso não me lembrava! Vários são os murais com pinturas extraordinárias na cidade, destaco dois: Nossa Senhora da Cortiça e “A Cura”, este último muito próximo da Igreja Matriz de São Francisco de Assis.
É depois de Ponte de Sor, que começam as grandes retas do Alentejo. A primeira reta leva-nos à Barragem de Montargil: a rota da Estrada Nacional 2 acompanha a albufeira durante quilómetros. Após cruzar a barragem, a praia fluvial de Montargil fica logo ali à esquerda. Da própria aldeia de Montargil, junto ao pequeno parque de merendas, temos vistas muito giras para a Albufeira, pelo que merece uma paragem rápida.
- Onde comer? Restaurante Olivença, O Padeiro
- Onde dormir? Hotel Ponte de Sor
Mora (km 476 EN2)
Antes de chegar a Mora, a poucos quilómetros da estrada, estão os passadiços do Gameiro, junto ao fluviário de Mora, a praia fluvial com o mesmo nome e a barragem do Gameiro. Achei os passadiços geniais, e adorei caminhar por cima deles, com a madeira a crepitar por baixo dos meus pés. Se visitares no verão, tem atenção: o calor é insuportável, apesar de teres algumas sombras ao longo do percurso proporcionadas por árvores ocasionais. O percurso estende-se para lá dos passadiços, mas voltei para trás quando os terminei, e foi o suficiente para considerar o lugar como dos mais memoráveis deste roteiro na Estrada Nacional 2.
O fluvário de Mora é um aquário possível de visitar, e permite-nos observar espécies provenientes de ecossistemas de água doce. A praia fluvial tem bar de apoio, floresta atrás com espaço para piquenique, e de manhã ainda estava muito à sombra: pareceu-me que de tarde é a melhor altura para vir para a praia. Que tal fazer os passadiços de manhã e guardar os mergulhos para a tarde? Muitos jovens saltavam e mergulhavam dos muros da barragem para o rio.
Em Mora tens a Igreja Matriz da Graça, e o museu interativo do megalitismo. Um pouco a sul de Mora tens a aldeia de Brotas, com o belo Santuário de Nossa Senhora das Brotas para visitar. Eu encontrei-o como poucas pessoas o vão encontrar: em obras, a ser pintado. Mas mesmo assim deu para perceber que é bonito e vale a pena visitar.
A partir daqui passei por muitos camiões a transportar cortiça, o que me deu a sensação que de facto esse comércio tem alguma importância para a economia da região.
- Onde comer? Restaurante Afonso e Tasca do Gigante.
- Onde dormir? Lago Montargil & Villas ou Herdade da Granja Nova.
Montemor-o-Novo (Km 520 EN2)
Se já me tinha surpreendido com as retas do Alentejo após Ponte de Sor, na aproximação a Montemor-o-Novo deparei-me com os campos a ficarem mais amarelos, mais secos, e com um aumento de gado pelas pastagens, ou à sombra dos sobreiros. Em alguns dos extensos campos era possível avistar pequenos lagos e reservatórios de água, quase oásis no deserto, onde os bois se juntavam para beber água.
Antes de chegar a Montemor-o-Novo, passa-se pelo marco do Km 500, em Ciborro, cerca de 2 terços da rota da Estrada Nacional 2 ficam feitos! Pouco depois, há que subir à Ermida de Nossa Senhora da Visitação que tem no seu interior diversos azulejos azuis para observar, e uma vista interessante para a cidade.
Montemor-o-Novo ficou aquém das minhas expectativas. Primeiro porque tinha imaginado o Castelo de Montemor-o-Novo como algo monstruoso, imenso: e até tem alguma dimensão, mas está completamente em ruínas. Depois porque foi o sítio no Alentejo em que apanhei mais calor, se bem que aí a culpa foi minha: fui eu que decidi visitar em pleno verão.
A minha experiência não foi das melhores, fiquei realmente na dúvida sobre se é ou não uma cidade a visitar, mas quero muito regressar durante a primavera para tirar a prova dos 9. O que visitei foi o castelo e o Convento de Nossa Senhora da Saudação no interior, e depois desci à cidade para visitar os arredores do jardim público, a igreja matriz, a igreja do Calvário, o Largo dos Paços do Concelho, e o Largo Bento Jesus Caraça frente ao mercado municipal. Foi uma visita muito, muito rápida!
Não visitei a gruta do Escoural porque era Domingo quando passei por Montemor-o-Novo, e a gruta só está aberta para visita de terça a sábado, com obrigação de marcação prévia junto do Centro Interpretativo do Escoural. Foi uma pena, acredito que tinha tudo para figurar na minha lista de melhores locais neste roteiro pela Estrada Nacional 2. Visitei em vez disso, a pequena mas bonita Anta de São Brissos, a poucos quilómetros da estrada.
- Onde comer? Pátio dos Petiscos, A Seis.
- Onde dormir? Hotel Rural da Ameira ou Palacete da Real Companhia.
Viana do Alentejo (Km 551 EN2)
Em Viana do Alentejo tens duas opções: ou visitas apenas Alcáçovas que é atravessada pela estrada, ou fazes para além disso um pequeno desvio e visitas também o castelo de planta pentagonal no seio de Viana. Provavelmente esta é uma boa altura para o fazeres, e podes aproveitar para dar um salto também ao Santuário de Nossa Senhora de Aires nas proximidades. A Igreja Matriz de Nossa Senhora da Assunção está no interior do castelo.
Em Alcáçovas, por sua vez, tens de visitar a Igreja Matriz do Salvador, o museu dos chocalhos de Alcáçovas, e junto ao Paço dos Henriques, a Igreja de Nossa Senhora da Conceição com capela forrada a conchas do mar.
Eu mal conhecia o Alentejo, era tudo novo para mim! Portalegre já conhecia, e tinha percebido que os habitantes gostavam de contornar as suas casas a amarelo. Aqui comecei a perceber que estava num outro nível: não só amarelo, mas também de outras cores, e por vezes encontrava ruas com casas de várias cores, muito coloridas. Percebi que é típico do Alentejo, e mais tarde notei que é típico do sul de Portugal, já que no Algarve também existe.
- Onde dormir? Monte da Cabeça Gorda
Alcácer do Sal (Km 565 EN2) – Torrão
Torrão serve para te marcar o passaporte no que diz respeito a Alcácer do Sal. Não tem muito que visitar, para além do largo frente à junta de freguesia, Igreja de São Francisco e a ponte sobre o Rio Xarrama com a pequena capela de São João de Nepomoceno. Se não tiveres muito tempo, segue em frente, e deixa Alcácer para uma futura ocasião. Eu não fiz o desvio até à capital de concelho, e sinceramente acredito que não é suposto dada a distância. Alcácer é um concelho com acesso à costa portuguesa, creio que o ideal será visitar quando se fizerem umas férias naquele pedaço de mar.
Ferreira do Alentejo (Km 594 EN2)
Foi a seguir a torrão que comecei a ser surpreendido com túneis formados pelas copas dos pinheiros-mansos, e estes túneis foram aparecendo a partir daí, de forma intermitente, quase até ao Algarve. Brutal, outro que para mim é dos principais destaques da rota da Estrada Nacional 2.
Antes de chegar a Ferreira do Alentejo, com a bonita e circular capela de Santa Maria Madalena (ou capela do Calvário) como atração principal, saí novamente do percurso oficial para ver as vistas sobre a barragem e albufeira de Odivelas. A barragem tem praia fluvial para quem quer dar um mergulho e refrescar-se naquelas águas e fazer uma breve pausa.
Em Ferreira do Alentejo vale a pena dar um saltinho ao Jardim Municipal onde as pessoas da terra se aglomeram ao fim da tarde. Existe também um museu municipal, para apreciadores.
- Onde comer? O Portão.
- Onde dormir? Monte da Floresta ou Pátio das Andorinhas
Aljustrel (Km 619 EN2)
Já no concelho de Aljustrel, perto de Ervidel, fica a Albufeira da Barragem do Roxo. A Rota da Estrada Nacional 2 passa-lhe mesmo ao lado, mas tens de fazer um pequeno desvio para ir em cima da barragem.
Já em Aljustrel, encontrei outro dos destaques da Nacional 2: a linda Ermida de nossa Senhora do Castelo, no topo de uma encosta com vista para a vila mineira. Lá de cima tem-se uma vista 360º para as planícies alentejanas, e existem uns passadiços de madeira a toda a volta.
Do outro lado da vila, outro miradouro brutal, desta vez a partir do Moinho do Maralhas: uma vista oposta, a melhor para a vila de Aljustrel, de onde se consegue ver a encosta para a ermida. Os dois locais complementam-se.
No centro, o jardim 25 de Abril é o lugar para conhecer, mas o mais importante a fazer em Aljustrel é conhecer a história mineira do município. E para isso deixo-te dois links onde podes saber mais sobre as minas de Aljustrel: história e património.
À saída de Aljustrel deparamo-nos com uma réplica de um comboio usado nas minas.
- Onde comer? Fio d’Azeite.
- Onde dormir? Hotel Villa Aljustrel
Castro Verde (Km 640 EN2)
Em Castro Verde temos o museu da lucerna (candeias de azeite usadas pelos romanos), a Igreja de Nossa Senhora dos Remédios, e a Basílica Real de Nossa Senhora da Conceição com altar revestido em talha dourada e azulejos com imagens da batalha de Ourique. Diz-se que esta batalha ocorreu algures nesta região, provavelmente junto à hoje existente Capela de São Pedro das Cabeças, isolada num dos montes alentejanos da região.
Esta batalha ocorreu em 25 de Julho de 1139 e consistiu na vitória das tropas de D. Afonso Henriques perante o exército muçulmano. Foi uma batalha fulcral para a nossa independência.
- Onde comer? Casa do Alentejo, Restaurante Castro
- Onde dormir? Hotel A Esteva
Almodôvar (Km 662 EN2)
Em Almodôvar chegamos ao fim do território alentejano e à fronteira com a Serra do Caldeirão, através da qual a rota da Estrada Nacional 2 prossegue pelo Algarve. Dogueno é a última povoação do Alentejo, após a qual são apenas mais 60km para chegar a Faro e ao fim da nacional.
O que visitar em Almodôvar? O que mais me ficou na memória foram as rotundas na vila com esculturas artísticas brutais feitas por Aureliano Aguiar. Procura por elas, encontrei 3 pela cidade, e vale mesmo a pena vê-las de perto.
Para além disso, Almodôvar tem o museu da escrita do sudoeste peninsular, o convento de Nossa Senhora da Conceição, e a Igreja de Santo Ildefonso.
Vamos entrar no Algarve?
- Onde comer? 1860 Gourmet Taste, Tasquinha O Medronho.
- Onde dormir? Casa da Igrejja
Loulé (Km 707 EN2)
A entrada no Algarve é épica, pelas curvas e contracurvas da serra do Caldeirão. Esta paisagem e o contraste relativamente às retas do Alentejo fazem dela um dos pontos de destaque deste roteiro.
Pouco depois de entrar no Algarve temos a área de descanso da Fonte da Seicera, no Ameixial, com piscinas para refrescar. O miradouro do Caldeirão aparece-nos pouco depois.
Eu não visitei Loulé durante o meu percurso pela rota da Estrada Nacional 2, pois sabia que iria visitá-la durante a minha estadia no Algarve. Já tenho um artigo detalhado com o que visitar em Loulé no meu blog. O mercado municipal de Loulé, por si só, já é razão suficiente para o desvio.
São Brás de Alportel (Km 722 EN2)
Em São Brás de Alportel parei, e subi ao Miradouro da Arroteia para ver ao longe a costa algarvia, o prémio merecido depois de toda a aventura. O parque da Fonte Férrea pode também ser um local interessante de paragem.
Na povoação há que visitar a igreja matriz e subir a rua Gago Countinho até ao Largo de São Sebastião.
Faro (Km 739 EN2)
Finalmente, Faro. Finalmente o marco final na rota da Estrada Nacional 2.
Confesso que esperava um fim mais grandioso, sei lá, um monumento? Na realidade só existe uma rotunda, demasiado movimentada, e um pequeno marco com o km 739.
Se queres saber o que visitar em Faro, não hesites em ver o meu artigo sobre esta cidade.
Nos últimos quilómetros de estrada, porém, ainda existem alguns outros locais a ver. Por exemplo, as ruínas romanas do Milreu, e o palácio de Estói, convertido em pousada.
E que tal, agora que chegaste ao fim do percurso e chegaste ao Algarve, aproveitar as maravilhosas ilhas da Ria Formosa, algumas das quais acessíveis a partir de Faro? E estender os teus dias de viagem para um roteiro pelo Algarve?
- Onde comer? Restaurante Ria Formosa, Tasca do Ricky, À do Pinto, Portas de São Pedro, Taberna Zé-Zé.
- Onde dormir? Faro Town House, Vila Milreu
Roteiro Estrada Nacional 2 – Municípios que não visitei
Foram alguns, e não os visitei nem incluí no roteiro porque têm o seu centro afastado da estrada propriamente dita. Quando os visitar, quero fazê-lo em detalhe, e sendo a Nacional 2 uma estrada enorme, tive de ser seletivo. Por exemplo, a própria Serra da Lousã creio que deve ser feita num roteiro à parte, apesar de a ter introduzido aqui, porque realmente a considero um lugar especial.
Os municípios que não mencionei são:
- São Pedro do Sul;
- Mortágua;
- Avis;
- Coruche
Alcácer do Sal acabei por mencionar, mas também mal visitei, pelo que pode ser somado a esta lista. Se tens tempo, visita-os. Se não tens, passa-os à frente sem remorsos. Se gostas de viajar, vais voltar para os conhecer e explorar.
Roteiro Estrada Nacional 2 – Mapa com locais a visitar
Com tanto local para visitar ao longo da estrada, um mapa é fundamental. Tens esse mapa em baixo. No canto superior direito podes maximizar.
Roteiro Estrada Nacional 2 em pdf
Como informei antes neste artigo, tenho este artigo em pdf à venda por uma quantia simbólica. Dessa forma poderás imprimi-lo e levá-lo contigo em viagem.
Nota: O artigo continua disponível de forma gratuita no blog, esta é apenas uma outra solução para diversos pedidos que me fizeram. O pdf tem cerca de 42 páginas e o conteúdo é exatamente o mesmo que tens aqui, nem mais nem menos!
Roteiro Estrada Nacional 2 – Top 10
Este é o meu top 10. Opinião pessoal, de norte a sul:
As paisagens do Douro Vinhateiro
A cidade de Lamego e o Santuário de Nossa Senhora dos Remédios
>>> Artigo detalhado sobre o que visitar em Lamego!
A Barragem da Aguieira no rio Mondego
Os miradouros para o Mondego em Penacova
>>> Artigo detalhado sobre o que visitar em Penacova!
A Serra da Lousã, as aldeias de xisto, e praias fluviais
>>> Artigo detalhado sobre o que visitar na Serra da Lousã!
O Rio Zêzere
>>> VER ARTIGO COMPLETO DA GRANDE ROTA DO ZÊZERE
Os passadiços do Gameiro, em Mora
Os quilómetros de túneis naturais de pinheiros mansos na região sul do Alentejo
As minas de Aljustrel e as vistas da Ermida e moinho para as planícies alentejanas
A travessia da Serra do Caldeirão, com as suas muitas curvas, na entrada no Algarve
Roteiro Estrada Nacional 2 – Sugestões de Itinerário
Vou agora apresentar-te algumas sugestões para roteiro na Estrada Nacional 2: em 5 dias, em 7 dias, e em 2 semanas. Tudo o que tens de ver, encontras em cima, município a município, pelo que aqui vou ser sucinto. O que visitar em roteiros de menos ou mais tempo, deixo à tua escolha: é o que achares mais relevante e que se aproxima mais dos teus gostos.
Roteiro Estrada Nacional 2 em 5 dias
- Dia 1 – Conhecer o Douro Vinhateiro, percorrendo a estrada de Chaves a Lamego. Entardecer em Peso da Régua. Total: 104 km
- Dia 2 – Começar o dia com subida ao Santuário de Lamego, e depois percorrer toda a estrada até Santa Comba Dão, e à barragem da Aguieira. Total: 109 km
- Dia 3 – De Santa Comba Dão a Pedrogão Grande, aproveitando para conhecer um pouco da serra da Lousã. Total: 111 km
- Dia 4 – Pedrogão Grande a Montemor-o-Novo, apreciando as paisagens do Zêzere, a barragem de Montargil e as primeiras retas do Alentejo. Total: 196 km
- Dia 5 – De Montemor-o-Novo a Faro. Total: 219 km
Roteiro Estrada Nacional 2 em 7 dias
- Dia 1 – Conhecer o Douro Vinhateiro, percorrendo a estrada de Chaves a Lamego. Entardecer em Peso da Régua. Total: 104 km
- Dia 2 – Começar o dia com subida ao Santuário de Lamego, e depois percorrer toda a estrada até Santa Comba Dão, e à barragem da Aguieira. Total: 109 km
- Dia 3 – De Santa Comba Dão a Pedrogão Grande, aproveitando para conhecer um pouco da serra da Lousã. Total: 111 km
- Dia 4 – Explorar o Zêzere, com destaque para a Sertã e Vila do Rei. Começar em Pedrogão Grande e terminar o dia em Abrantes. Total: 78 km
- Dia 5 – Abrantes a Montemor-o-Novo, para aproveitar os passadiços do Gameiro, e Montargil. Total: 118 km
- Dia 6 – Montemor-o-Novo a Castro Verde. Total: 120 km
- Dia 7 – Castro Verde a Faro. Total: 99 km
Roteiro Estrada Nacional 2 em 14 dias
- Dia 1 – Dia inteiro em Chaves
- Dia 2 – Percurso entre Chaves e Peso da Régua
- Dia 3 – Peso da Régua e Lamego
- Dia 4 – Seguir para Viseu, e visitar Viseu
- Dia 5 – Chegar a Santa Comba Dão e aproveitar a Barragem da Aguieira
- Dias 6 e 7 – Penacova, Serra da Lousã e Góis
- Dias 8 e 9 – Explorar o Zêzere pelos concelhos de Pedrogão Grande, Sertã e Vila de Rei
- Dia 10 – Sardoal, Abrantes e Ponte de Sor
- Dia 11 – Aproveitar a barragem de Montargil e fazer os passadiços do Gameiro em Mora
- Dia 12 – Conhecer Montemor-o-Novo e Viana do Alentejo. Terminar o dia em Ferreira do Alentejo
- Dia 13 – Aljustrel, Castro Verde, Almodôvar e Serra do Caldeirão
- Dia 14 – Loulé, São Brás de Alportel e Faro
Boa passeio em roteiro pela Estrada Nacional 2 (EN2)!
Outros Roteiros em Portugal
- Roteiro Minho – artigo com tudo o que visitar no Minho (municípios dos distritos de Viana do Castelo e Braga)
- Roteiro Serra d’Arga – artigo com tudo o que visitar na Serra d’Arga em Viana do Castelo, Caminha e Ponte de Lima.
- Roteiro Serra da Estrela – artigo com tudo o que visitar na serra mais alta de Portugal, no centro interior do país.
- Roteiro Gerês – artigo com tudo o que visitar na Serra do Gerês, no norte de Portugal. Tem informação sobre os melhores trilhos, lagoas, cascatas e aldeias a visitar.
- Roteiro Serra da Lousã – artigo com tudo o que visitar na serra da Lousã, incluíndo as mais bonitas aldeias de xisto do centro de Portugal.
- Roteiro Aldeias Históricas de Portugal – artigo com informação sobre as 12 oficiais aldeias históricas de Portugal, incluindo alguns extras. 😉
- Roteiro Aldeias de Xisto mais bonitas – artigo com roteiro para visitar as mais bonitas aldeias de xisto de Portugal (as da Lousã + outras do centro de Portugal).
- Roteiro Estrada Nacional 222 – Douro – artigo útil para planear fazer a nacional 222, sempre a acompanhar o rio Douro. Paisagens incríveis.
- Roteiro Terras de Trás-os-Montes – artigo com tudo o que visitar em terras de Trás-os-Montes, distrito de Bragança.
- Roteiro Parque Natural do Vale do Tua – artigo com tudo o que visitar no Parque Natural do Vale do Tua, nos municípios de Mirandela, Alijó, Carrazeda de Ansiães e Vila Flor.
- Roteiro Lagos do Sabor – artigo com tudo o que visitar na região dos Lagos do Sabor, nos municípios de Torre de Moncorvo, Alfândega da Fé, Mogadouro e Macedo de Cavaleiros.
- Roteiro Douro Internacional – artigo para visitar o fabuloso Douro Internacional e os seus brutais miradouros na fronteira com Espanha.
- Roteiro Parque Natural de Montesinho – artigo com tudo o que visitar no Montesinho, distrito de Bragança.
- Roteiro Grande Rota do Zêzere – Roteiro para fazer a Grande Rota do Zêzere, da Serra da Estrela até Constância.
- Roteiro Grande Rota do Guadiana – Roteiro para fazer a Grande Rota do Guadiana desde que o rio entra em Portugal até que desagua no Algarve.
- Roteiro Algarve – artigo com tudo o que visitar no extraordinário Algarve, de Aljezur a Vila Real de Santo António.
- Roteiro Alentejo – artigo com tudo o que visitar no Alentejo, nas suas diversas regiões: Alto, Central, Baixo e Litoral.
- Roteiro Alqueva – artigo para visitar o Grande Lago do Alqueva e municípios respetivos: Moura, Mourão, Monsaraz, Alandroal e Portel.
- Roteiro Costa Vicentina – roteiro para descobrir as lindíssimas e impressionantes praias da Costa Vicentina e Sudoeste Alentejano.
- Roteiro São Miguel – artigo com um roteiro simples mas detalhado para visitar a Ilha de São Miguel, nos Açores.
- Roteiro Ilha Terceira – artigo com tudo o que visitar na Ilha Terceira, nos Açores.
- Roteiro Ilha do Faial – artigo com tudo o que visitar na Ilha do Faial, nos Açores.
- Roteiro Ilha do Pico – artigo com tudo o que visitar na Ilha do Pico, nos Açores.
- Roteiro Ilha da Madeira – artigo com tudo o que visitar na Ilha da Madeira, terra do nosso incrível Cristiano Ronaldo.
- Roteiro para visitar Coimbra – artigo com tudo o que visitar em Coimbra, cidade dos estudantes, uma das capitais de distrito de Portugal.
- Roteiro para visitar o Porto – artigo com roteiro completo para visitar o Porto, capital do Norte de Portugal.
- Roteiro para visitar Aveiro – artigo com roteiro completo para visitar Aveiro, entre Coimbra e Porto. Cidade dos moliceiros, considerada como a Veneza Portuguesa.
8 comments
Dos melhores que encontrei até agora, imensa formação e uma grande ajuda para quem procura fazer a N2 pela primeira vez!
Olá Letícia! 🙂 Muito obrigado! Desejo-te uma excelente viagem pela Nacional 2, vais adorar. 😀 😀 O nosso Portugal é incrível!
Gostei muito deste relato para mim foi dos melhores. Obrigada pelas dicas.
A indicação das etapas está perfeita.
Gostava de fazer uma pergunta. Onde são os melhores pontos de venda. Quero comprar o guia de bolso, passaportes, moedas e magneticos. Obrigada 4e parabéns.
Olá Leonor. Fico feliz por ter ajudado com este artigo. 🙂 O Guia de bolso foi gratuito, o passaporte custava 1€. Em Chaves, o passaporte estava a ser oferecido pela Câmara Municipal. Ao longo do percurso pode nem sempre ser fácil encontrar os postos de turismo abertos, dependendo a hora e data de chegada. Os bombeiros voluntários são sempre uma boa opção para carimbos, se os quer colecionar.
Ao longo do percurso vai encontrar diversos lugares de compra das moedas. O templo N2 em Chaves ou o Central Bar em Vila Nova de Poiares são duas opções. Mas há mais!
Muito boa viagem!
Olá….
Gostei muito de seu texto. Com certeza o irei utilizar.
Só não entendi baseado em que dizes que é a terceira maior do mundo, não estou discutindo, só gostaria de saber qual o critério.
Obrigadinha
Cleci Maria
Olá! 😉
Muito obrigado pelo feedback.
Não querendo induzir em erro, porque também não tenho bem a certeza se este é o critério, o que percebi é que é a terceira maior do mundo a atravessar um pais de uma ponta à outra, sendo por isso comparada à Route 66, por exemplo.
Existem estradas mais longas, por exemplo a Highway 1 na Australia, mas essa é na realidade uma rede de estradas, e não uma estrada nacional única, como é o caso da EN2.
Obrigado. 🙂
Pedro
Pormenor muito importante e que muitos perdem.
Montemor o Novo tem o melhor Por do Sol da N2, vista ampla desde o castelo.
Quanto a alojamento nao ha nada no google ou booking, mas basta procurar por pensao e encontram estadia (ou perguntam numa tasca)…
Fiz em bicicleta 4 etapas em 2002 e 2022. Que diferenca! Foi bom fazer a N2 antes de ser moda!
Olá Sérgio! Fica a dica para os leitores deste artigo! 😉 Obrigado pela partilha!